Espirometria ocupacional: o que é, importância e como realizar
O exame de espirometria ocupacional é realizado por pneumologistas como estratégia para detectar anormalidades nos volumes e fluxos pulmonares de trabalhadores, por exemplo, no desenvolvimento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Para isso, o médico utiliza um equipamento de medição denominada espirômetro, que realiza a medição e quantificação da Capacidade Vital Forçada (CVT) fornecendo dados para a comparação com níveis de referências determinados em pesquisa médica e casos clínicos.
A SSO Ocupacional desenvolveu este conteúdo exclusivo explicando o que é espirometria no contexto da Medicina do Trabalho, como é realizado o exame e qual a sua importância.
Continue no artigo e saiba tudo sobre o assunto!
O que é espirometria ocupacional?
A espirometria é um exame de medição dos volumes de ar que entram e saem do pulmão, sendo realizada por pneumologistas especializados na análise das curvas de volumes e capacidades pulmonares.
A partir de equipamentos específicos, os pneumologistas realizam testes de inspiração ou expiração forçada ou lenta, de modo que o fluxo de ar inalado ou eliminado pelo paciente sejam precisamente captados e mensurados pelos aparelhos de espirometria.
A partir destes dados, o médico interpreta a Capacidade Vital Forçada (CVF) a partir de valores de referência para a população na qual o paciente se encontra. Isto é, se estão adequados ou inadequados, tendo em vista casos clínicos e literatura médica.
No contexto da saúde ocupacional, o exame de espirometria é utilizado para avaliar as condições pulmonares de trabalhadores, tendo em vista a possibilidade de exposição a agentes nocivos às vias aéreas.
Qual é a importância da espirometria?
A espirometria é um exame recorrentemente utilizado no diagnóstico de Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC). Em determinados contextos de trabalho, o contato do colaborador com aerodispersóides interfere no desenvolvimento do quadro de DPOC.
De fato, é de amplo conhecimento da literatura e prática médica a relação entre o contato com esses agentes nocivos dispersos no ar e a limitação crônica do fluxo de ar nos pulmões, ocasionando um agravo no quadro de saúde do trabalhador.
Ao menos desde a década de 1960, com estudos realizados pelo britânico Medical Research Council, é reconhecido o impacto do DPOC nos episódios de afastamento do colaborador das rotinas e atividades de trabalho.
Desse modo, a realização da espirometria ocupacional demonstra sua importância na identificação de doenças pulmonares em trabalhadores, direcionamento ao tratamento correto e posterior acompanhamento da evolução do quadro de saúde.
Quando fazer espirometria ocupacional?
Estima-se que, ao menos, 12% da população brasileira acima de 40 anos apresenta quadros de doenças pulmonares. Somente na cidade de São Paulo, por estudos e projeções da Associação Latinoamericana de Torax, o percentual pode atingir 16%.
Tendo em vista o percentual elevado de incidência do DPOC, em cenários nos quais o trabalhador é exposto recorrentemente a aerodispersóides torna-se fundamental a realização de espirometria.
O DPOC apresenta sintomas recorrentes que podem auxiliar na identificação da necessidade de realização do exame. Dentre eles:
- tosse
- expectoração crônica
- sibilância (chiados durante a respiração)
- dispneia (falta de ar)
Desse modo, recomenda-se a realização de exames de espirometria quando há uma ou outra das queixas relacionadas aos sintomas citados. Neste momento, deve-se procurar uma clínica especializada ou pneumologista experiente.
Quem pode fazer espirometria ocupacional?
A realização do exame e interpretação correta dos dados é de responsabilidade de pneumologistas.
Médicos generalistas podem realizar a espirometria, avaliando os valores em comparação com dados referenciais. Contudo, um pneumologista possui a especialização adequada e expertise profissional para um diagnóstico correto e preciso.
Este aspecto tem por fundamento os métodos de realização do exame, o modo como os resultados são apresentados em curvas de fluxo-volume, assim como dos resultados e dos valores referenciais tabelados em pesquisa médica.
Desse modo, um pneumologista experiente possui qualificação acadêmica especializada na coleta, interpretação e avaliação clínica dos dados. De modo que o diagnóstico seja estabelecido e os possíveis tratamentos indicados.
Quais são as indicações clínicas da espirometria?
A espirometria é indicada para quadros de saúde que indicam a possibilidade de desenvolvimento de DPOC em trabalhadores. Por isso, representa um dos exames realizados em conjunto com dados clínicos e radiológicos.
No caso da saúde ocupacional, a NR-07 do Ministérios do Trabalho determina a espirometria como exame obrigatório em trabalhadores expostos a agentes aerodispersóides nocivos.
Quais são as outras indicações da espirometria?
Além destas determinações, o exame é indicado também para a detecção e qualificação de distúrbios respiratórios que necessitam de medição e quantificação das variantes de acordo com níveis referenciais.
Do mesmo modo, pode ser solicitado quando:
- investigação de sintomas respisratórios como tosse constante, dispneia (falta de ar)
- acompanhamento de quadros de saúde
- acompanhamento pós-operatório
- identificação de possíveis incapacidades, como distúrbio ventilatório severo, obstrutivo ou restritivo
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Como é feita a espirometria ocupacional?
O exame é realizado a partir de um equipamento de medição denominado espirômetro. Estes equipamentos realizam a medição das curvas de volume e fluxo de arte, sendo que os equipamentos mais modernos contam com sistemas computadorizados.
Desse modo, o paciente é instruído pelo pneumologista a realizar uma inspiração profunda, realizando apnéia (prendendo o ar) por um período curto de 3 segundos e, após, a expiração rápida e contínua por um período o mais prolongado possível.
A partir dos dados registrados, o médico então analisa e interpreta os valores com base em referenciais para a idade, peso e histórico de saúde do paciente. Neste momento, avalia as curvas de volume e fluxo alcançadas.
Existe contraindicação para a submissão ao teste?
Sim. Em alguns quadros de saúde específicos, é recomendado evitar-se a realização da espirometria, sobretudo, tendo em vista o método de manobra respiratória forçada e medição da Capacidade Vital Forçada (CVF).
Especificamente:
- Aneurisma cerebral, torácico ou abdominal
- Hemoptise de causa desconhecida
- Instabilidade cardiovascular
- Cirurgia ocular recente
- Pneumotórax
- Náuseas ou vômitos
Estes quadros são avaliados pelo pneumologista e, caso não sejam detectados, a espirometria poderá ser realizada sem quaisquer danos ou prejuízos à saúde do trabalhador.
A SSO Ocupacional conta com uma equipe médica especializada e responsável, realizando exames de espirometria ocupacional em trabalhadores dos mais diversos setores e segmentos da economia.
Conclusão
No artigo de hoje você aprendeu sobre o exame de espirometria ocupacional, suas características e importância na identificação e tratamento de possíveis doenças e distúrbios pulmonares.
No contexto da Medicina do Trabalho e de Saúde Ocupacional, a espirometria é realizada por pneumologistas a partir do espirômetro: equipamento capaz de mensurar o volume e fluxo de ar em processo de inspiração e expiração.
Dependendo dos valores alcançados em relação aos referenciais, o médico é capaz de diagnosticar o comportamento das funções respiratórias do paciente e indicar os possíveis tratamentos.
A SSO Ocupacional, referência em Medicina do Trabalho e Saúde Ocupacional, realiza exames e atendimentos médicos, contando com uma equipe qualificada e com equipamentos modernos.
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Cristiano Cecatto
Perito
Eng.mecânico
Eng.seg.trabalho
Mestre eng.produção
Membro ABHO no.1280
Certified Machinery Safety Expert – CMSE®