Inclusão de PcD: saiba o papel da empresa na contratação
A inclusão de pessoas com deficiência no quadro de funcionários é de extrema importância para o negócio, a própria pessoa e a sociedade. Não era comum grande esforço das empresas na inclusão de PcD. No entanto, a partir de 1990, a Lei 8.213 tornou obrigatória a contratação desses cidadãos em empresas com mais de 100 colaboradores.
Desde então, algumas organizações se mostraram mais interessadas em diversificar o seu grupo de trabalhadores.
Neste artigo, vamos te explicar qual é o papel da empresa para inclusão de PcD. Boa leitura!
Inclusão de PcD: entenda o cenário do mercado de trabalho atual
O cenário do mercado de trabalho para PcD tem se transformado tardiamente. A obrigação de contratação entrou em vigência em 1990, mas ainda libera que empresas com menos de 100 funcionários possam não contratar o público.
De qualquer forma, a inclusão de PcD no mercado de trabalho é garantida de forma progressiva, a partir dos 100 empregados.
Sendo assim, a contratação deve funcionar desse modo:
- de 101 a 200 funcionários – 2% de profissionais com deficiência;
- de 201 a 500 funcionários – 3% de profissionais com deficiência;
- de 501 a 1000 funcionários – 4% de profissionais com deficiência;
- mais de 1000 funcionários – 5% de profissionais com deficiência.
Até então, não existiam regulamentações concisas sobre o direito ao trabalho de pessoas com deficiência.
Em 2015, a lei nº 13.146 entrou em vigor, a fim de esclarecer de qual maneira PcD devem ser incluídas não só no mercado de trabalho, mas em todos os espaços.
Essa legislação, também conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, busca assegurar e promover direitos para pessoas nessa condição.
Mesmo com o incentivo da justiça brasileira, não é bem isso que acontece.
Um estudo da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) analisou a empregabilidade de pessoas com deficiência em Brasília.
De acordo com os resultados, de 5,38%, apenas 2% da população com deficiência brasileira estão empregados formalmente.
Além disso, a pesquisa constatou que 95,8% das empresas da capital brasileira não seguem a determinação de manter 2% a 5% das vagas destinadas para PcD.
Assim, é possível entender que o mercado de trabalho atual para pessoas com deficiência ainda tem um longo caminho a percorrer para oferecer espaço para estes profissionais.
Por esse motivo, as empresas precisam se mobilizar de forma autônoma para oportunizar que PcD ocupem mais espaço e assim desenvolvam sua cidadania.
Afinal, como realizar a inclusão de PcD nas empresas?
Entenda quais são os principais passos para realizar a inclusão de PcD na sua empresa:
1. Disponibilize conhecimento a toda a sua equipe
É preciso disponibilizar conhecimento para a equipe de funcionários. Pessoas que não tem deficiência não fazem ideia das dificuldades passadas por PcD, então, geralmente, não há grande empatia.
Daí vem a necessidade de informar e educar. Os profissionais precisam entender o que pessoas com deficiência sofrem, bem como a importância de dar oportunidade para eles.
É necessário que entendam que PcD são pessoas capazes, mas que precisam de acessibilidade para realizarem o seu trabalho.
Para isso, distribua informativos e promova palestras de discussão sobre inclusão de PcD.
Ainda pode ser necessário o ensinamento da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Todos os esforços, mesmo que mínimos, farão a diferença para sensibilizar a equipe.
2. Estimule um bom relacionamento no time
As pessoas com deficiência precisam ser bem recebidas e tratadas por funcionários que não vivem com algum tipo de deficiência.
Por isso, é preciso começar mapeando quais colaboradores estão demonstrando aceitação ou rejeição. Então, é possível atuar ativamente com os trabalhadores que têm causado problemas.
Vale ressaltar que discriminação deve ser abolida. Além de ser altamente desrespeitoso, também deve ser denunciado à Justiça, que aplicará as sanções cabíveis.
De qualquer forma, espera-se que os trabalhadores veteranos receberão colaboradores PcD com respeito, empatia e cuidado.
3. Prepare o ambiente de trabalho
O ambiente de trabalho deve estar adequado com todas as práticas de acessibilidade necessárias para o serviço do profissional com deficiência.
Inclusive, tornar os espaços acessíveis está assegurado pela lei nº 10.098.
Dessa forma, é preciso adequar o ambiente de acordo com o tipo de deficiência do novo colaborador.
Por exemplo, caso ele seja uma pessoa com deficiência visual, é necessário disponibilizar todos os documentos em Braille.
O ideal é que a empresa já tenha a sua arquitetura pensada na acessibilidade. Afinal, algumas adequações podem demandar reformas, inviabilizando assim a contratação.
Não se esqueça de aplicar soluções de ergonomia em seu espaço de trabalho. Elas permitem com que os funcionários tenham condições confortáveis de trabalho físico e mental.
4. Tenha programas de inclusão
Contar com programas de inclusão é fundamental. Eles podem ser internos ou externos.
Por exemplo, um programa de inclusão interno pode se basear em oficinas e palestras que tratam sobre pessoas com deficiência.
Já o programa externo que pode ser o mais impactante na vida de pessoas com deficiência, é a reserva de vagas para o público.
Ter políticas de contratação para PcD é, talvez, a principal contribuição das empresas para a inclusão.
Como divulgar vagas de trabalho para PcD?
As vagas de trabalho para PcD podem ser divulgadas por diversos meios.
Além de publicar na área “Trabalhe Conosco” do próprio site, é possível publicar nos especializados em vagas de emprego.
As redes sociais também podem ajudar nesse sentido, como o Facebook e o LinkedIn.
Por fim, outro bom meio de divulgação são grupos, também nas mídias sociais, específicos para o público com deficiência.
Basta entrar em contato pelas mensagens e oferecer o link da sua vaga publicada. Assim, é mais fácil que a oportunidade seja encontrada por mais PcD.
Inclusão de PcD: criação de planos de carreira
Além de contratar PcD, é preciso construir um plano de carreira para esses profissionais dentro da organização.
É comum encontrar vagas de empresas que não se preocupam com o crescimento desses colaboradores. O resultado disso tudo é uma alta taxa de desligamento.
Logo, quando se cria um plano de carreira para funcionários com deficiência, eles se sentem ainda mais valorizados e estimulados.
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Conclusão
Participar da inclusão de PcD não é sobre estar de acordo com a lei, mas sim sobre contribuir para um mundo melhor e mais igualitário.
Contratar pessoas com deficiência é participar da construção de uma sociedade mais justa e tolerante.
Já para a PcD, é enriquecedor no sentido de que ela exerce autonomia e pode conquistar sua independência financeira.
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