Acidente ocupacional na odontologia: Tipos, prevenção e cuidados
O risco de acidente ocupacional na odontologia é um ponto muito relevante da área de saúde por conta da série de riscos inerentes à prática profissional normal dos profissionais envolvidos nos tratamentos odontológicos.
Os dentistas, auxiliares e técnicos estão frequentemente submetidos a uma rotina de manuseio de instrumentos cortantes, exposição a produtos químicos, biológicos e radiações, além de condições ergonômicas desafiadoras.
Nesse artigo, vamos explorar como acontecem os principais tipos de acidentes ocupacionais na odontologia, assim como as formas de prevenção e o que fazer em caso de acidente.
Quais são os tipos de acidente ocupacional na odontologia?
Os acidentes ocupacionais na odontologia podem ocorrer de diversas formas, e é de suma importância entender quais são os principais tipos para conseguir preveni-los da melhor forma e saber como proceder caso eles ocorram.
Os principais tipos de acidente incluem:
1 – Acidentes com instrumentos cortantes
Um dos acidentes mais comuns na odontologia envolve o uso de instrumentos cortantes, como agulhas, bisturis, brocas e outros utensílios afiados.
Esses acidentes ocorrem, muitas vezes, durante o manuseio ou descarte inadequado desses instrumentos e as lesões podem ser leves, mas também podem expor o profissional a agentes biológicos, como vírus e bactérias, aumentando o risco de contaminação.
2 – Exposição a produtos químicos
Os profissionais de odontologia estão frequentemente expostos a substâncias químicas, como desinfetantes, produtos de limpeza e materiais utilizados nos procedimentos odontológicos, como resinas e agentes de moldagem.
Caso essa exposição aconteça de forma inadequada ou com ausência de equipamentos, é possível que sejam geradas irritações na pele, alergias, problemas respiratórios ou até mesmo acidentes mais graves.
3 – Exposição a radiações
A radiologia é amplamente utilizada para diagnóstico e acompanhamento de tratamentos da odontologia e o contato constante com radiações ionizantes pode representar um risco significativo se não forem adotadas medidas de proteção adequadas.
A exposição prolongada de profissionais que fazem exames de raio-x, sem o uso de barreiras, como os aventais de chumbo e o uso de dosímetros, pode aumentar o risco de doenças graves, como o câncer.
4 – Ergonomia
Apesar de ser frequentemente negligenciada, as questões relacionadas à ergonomia, como a postura inadequada durante os procedimentos odontológicos, a altura incorreta da cadeira ou o posicionamento dos instrumentos que podem resultar em lesões musculoesqueléticas.
O desgaste físico causado por longas horas de trabalho em posições desconfortáveis pode gerar lesões por esforço repetitivo e dores crônicas na coluna, pescoço e ombros.
Como prevenir acidentes na odontologia?
A prevenção contra os diferentes tipos de acidente ocupacional na odontologia envolve uma combinação de boas práticas, normas de segurança e conscientização da equipe.
A primeira etapa é identificar os riscos ocupacionais na odontologia, que incluem fatores biológicos, químicos, físicos, mecânicos e ergonômicos, para que sejam escolhidas as medidas preventivas mais eficazes.
No caso de acidentes com materiais perfurocortantes, como seringas e curetas, o mais recomendado é o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas, máscaras, óculos de proteção e aventais.
Além disso, o descarte adequado de materiais cortantes e o manuseio cuidadoso de instrumentais evitam lesões durante os procedimentos e o descarte.
Outro aspecto crucial é a ergonomia no ambiente odontológico, já que as longas jornadas de trabalho e posturas inadequadas podem resultar em distúrbios musculoesqueléticos graves.
Para prevenir essas lesões, recomenda-se a utilização de cadeiras e equipamentos ajustáveis, pausas regulares para alongamentos e a organização da agenda de trabalho para evitar sobrecargas.
A biossegurança também é um fator indispensável para prevenir acidentes com fluidos biológicos e manter uma rotina de higienização rigorosa, com o uso de materiais descartáveis e esterilização correta dos equipamentos reduzem expressivamente o risco.
Nesse sentido, a vacinação contra hepatites e outras doenças transmissíveis deve ser mantida em dia, assim como a organização do ambiente de trabalho, com áreas destinadas ao armazenamento de materiais e de descarte, é outro ponto essencial.
O que fazer em caso de acidente ocupacional na odontologia?
Em caso de acidente ocupacional na odontologia, a primeira atitude é seguir os protocolos de segurança estabelecidos pela clínica e as normas regulamentadoras.
Em acidentes com materiais perfurocortantes, como agulhas, a área afetada deve ser lavada com água e sabão sem esfregar, para evitar a contaminação e se houver exposição de mucosas, como olhos, nariz ou boca, deve-se usar soro fisiológico para a limpeza.
Quando há exposição a fluidos biológicos, como saliva, sangue ou secreções, é essencial tratar o caso como uma emergência médica, pois pode colocar o profissional em risco de contaminação por doenças como hepatites B e C ou HIV.
No caso dessas doenças, o procedimento de profilaxia pós-exposição (PEP) deve ser iniciado o mais rápido possível, preferencialmente dentro das primeiras 2 horas após o acidente, com um limite máximo de 72 horas.
Além disso, durante o atendimento médico, é importante notificar a fonte de contaminação e solicitar sua colaboração para a realização de exames, como testes de HIV, hepatite e outras doenças infecciosas, além de iniciar o tratamento preventivo.
É crucial que a equipe seja treinada para lidar com essas situações, e a clínica deve ter protocolos bem definidos para emergências.
Após o atendimento inicial, o responsável pela clínica deve notificar o acidente às autoridades competentes, preenchendo a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), conforme a legislação vigente.
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Conclusão
O acidente ocupacional na odontologia é um risco extremamente comum aos profissionais dessa área e por isso, conhecer os tipos de acidentes, suas causas e como preveni-los é fundamental para proteger a saúde dos profissionais.
A adoção de práticas seguras no ambiente de trabalho e o uso correto de equipamentos de proteção individual são essenciais para evitar acidentes e preservar a integridade física dos trabalhadores.
Além disso, contar com o suporte de especialistas, como a SSO Ocupacional, pode fazer toda a diferença na implementação de um programa eficaz de saúde e segurança no trabalho.
Cristiano Cecatto
Perito
Eng.mecânico
Eng.seg.trabalho
Mestre eng.produção
Membro ABHO no.1280
Certified Machinery Safety Expert – CMSE®